É realmente só uma piada?
Quando o assunto é comédia,
existem dois grupos: o que defende uma suposta liberdade de expressão, na qual
qualquer coisa pode ser dita se estiver em formato de piada, não se
caracterizando como algo passível de julgamento ou interpretação maldosa e o
grupo que defende uma comédia limpa, sem preconceitos ou estereótipos. A
comédia é uma manifestação artística, portanto, é cultural e formadora de
opiniões. Devido a este fato, a forma como ela é apresentada deve ser compromissada,
principalmente por estar disponível às crianças e jovens, mentes em formação e
bastante influenciáveis.
Para que uma piada faça sentido, é preciso que o público esteja inserido no contexto em que a mesma ocorre. Um exemplo são as piadas que fazem referência à inteligência de loiras e nordestinos, ideias pré-concebidas muito presentes em piadas. Percebe-se a partir disto que toda piada tem um fundo preconceituoso e um requinte de crueldade, gerando sempre uma vítima. Seria o humorista um carrasco? Não. Segundo Goethe, “Nada descreve melhor o caráter dos homens do que aquilo que eles acham ridículo”, logo, não é o humorista impolido e retrógrado, mas sim o público que lhe dá atenção e lhe aplaude.
Para que uma piada faça sentido, é preciso que o público esteja inserido no contexto em que a mesma ocorre. Um exemplo são as piadas que fazem referência à inteligência de loiras e nordestinos, ideias pré-concebidas muito presentes em piadas. Percebe-se a partir disto que toda piada tem um fundo preconceituoso e um requinte de crueldade, gerando sempre uma vítima. Seria o humorista um carrasco? Não. Segundo Goethe, “Nada descreve melhor o caráter dos homens do que aquilo que eles acham ridículo”, logo, não é o humorista impolido e retrógrado, mas sim o público que lhe dá atenção e lhe aplaude.
De fato é mais difícil fazer uma comédia que rompa com esse padrão, que
seja crítica e não ofensiva. No entanto, humoristas de verdadeiro talento são
capazes de criá-las, ainda que a grande massa de comediantes espalhada pelo
Brasil encontra-se longe disto. Em seus programas humorísticos, de grande
audiência, semeiam do início ao fim tudo isto: cenas, piadas e situações
preconceituosas contra gays, negros, pobres, portadores de deficiências e
humilhação de uns aos outros com a justificativa de ser apenas uma piada.
A situação é ainda mais preocupante quando se observa a faixa
etária dessa audiência. Jovens e crianças encararão este tipo de comédia como
algo normal e perpetuarão por mais uma geração pensamentos e ações
preconceituosas. Uma solução paliativa para essa situação seria a restrição à
entrada de jovens e crianças em shows de comédia ao vivo, como os stand
up’s, e que os pais ponderem sobre os programas de televisão e o respectivo
impacto na convivência dos filhos com os colegas. Como passar das gerações e
com o desenvolvimento intelectual e crítico dos cidadãos é inevitável que o
preconceito diminua de proporção nas sociedades, consequentemente nesses shows
de horror que dizem fazer humor, quando na verdade se utilizam da liberdade de
expressão como meio para ferir outro indivíduo, a vítima da vez.
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