O álcool e
a juventude
Os jovens estão começando a beber cada vez mais
cedo, segundo pesquisa publicada recentemente pela Unifesp. É fundamental
reacender o debate sobre o motivo e as consequências do abuso do álcool por parte
dos adolescentes e também analisar as restrições existentes e as que devem ser
criadas para diminuir esse consumo. Existem vários fatores para o que induzem ao
uso do álcool já na puberdade, contudo vamos analisar apenas dois deles: o
consumo pelos adultos na família e as propagandas que contribuem para o
crescimento do uso do álcool por parte da juventude. A lei, hoje, não permite a
venda de bebidas alcoólicas a menores de dezoito anos, todavia, essa medida não
é suficiente para inibir o alcoolismo, dado que, em muitos casos, o adolescente
encontra a cerveja (que foi comprada pelo pai) dentro de sua geladeira. Deve
haver um maior controle dentro de casa para evitar o uso do álcool pelo filho
ainda jovem. Os pais precisam repensar sobre o próprio consumo, só assim
conseguirão um maior domínio sobre o do filho, mostrando lhe que a bebida pode
ser tomada em certas ocasiões. Com moderação há uma maior chance de
conscientização, é preciso educar e não proibir. Porém, não surtirá efeito a
orientação do pai se o filho, ao ligar a televisão, deparar-se com diversas
propagandas exaltando o uso do álcool. O aviso no fim da propaganda "se
for dirigir não beba" não surtirá efeito algum, pois ele não dirige mesmo.
O produtor, precisa ser responsabilizado de alguma forma pelos problemas que o
uso abusivo do álcool acarreta na sociedade. Não cabe mais à sociedade aceitar
o montante de propagandas de bebida alcoólica com várias pessoas bonitas e se
divertindo na praia. Nosso governo não deve mais permitir o lucro de grandes
cervejarias as à custa de vidas de adolescentes, que em muitos casos acabam se
viciando e destruindo seus futuros. Os adultos que estão mais próximos desses
jovens devem ter a responsabilidade de zelar pelo bem-estar desse individuo ,
nossas leis não podem tolerar que a indústria de bebidas alcoólicas lucre de
forma irresponsável. É preciso orientar o adolescente e punir de forma sensata
os que contribuem para o desequilíbrio de nossas crianças. Esses devem ser
alguns dos pontos de partida para conseguirmos reduzir esses índices de consumo
prematuro.
O jovem e o álcool
Que razões levam o jovem ao consumo de álcool? Os
hormônios, diz o senso comum. Resposta errada. O cérebro jovem, repentinamente
atirado em uma reforma geral, é que manda nessa brincadeira. Os hormônios não
são os vilões da adolescência. Uma grande reforma cerebral é a causa do
comportamento típico de quem está crescendo. Talvez aparecer? Ser visto pela
sociedade? Acredito que essa seja a verdadeira razão, ser aceito.O consumo de
bebidas alcoólicas por menores de idade tornou-se uma prática nos bares, festas
etc. Isso contraria a lei que proíbe a venda de produtos que podem causar
dependência ao menor, mas, apesar de toda essa iniciativa, essa realidade está
presente no dia a dia das famílias, o consumo de bebidas alcoólicas está
presente, dá-se para quem quiser ver.O álcool, assim como o cigarro, é uma
droga legal, e as mesmas sendo um problema de saúde pública maior do que
as ilegais.Para a psicanálise, atos irresponsáveis e por vezes desrespeitosos à
lei são instrumentos de provocação, já para a neurociência, nada mais são, na
maioria das vezes, do que decisões inoportunas de um cérebro imaturo, que se
torna incapaz de prever sozinho os resultados indesejados que poderiam servir
de freio (para que não o faça).Quais problemas decorrentes disso? Além dos
problemas de saúde, o álcool contribui para a morte ou deficiência de pessoas
relativamente jovens. O álcool causa dependência e pode causar sérios danos ao
fígado e outros órgãos importantes como o coração. Pode tornar a pessoa
agressiva e até levá-la à]depressão.Cabe a nós refletirmos sobre o
papel dos pais nos cuidados para com seus filhos. Os pais são
"indecisos" e liberam dinheiro aos filhos, favorecendo o consumo.
Essas situações indicam "toda forma de negligência" , que a família,
a sociedade e o governo devem combater.
A embriaguez juvenil é um problema de todos nós
O uso de bebidas alcoólicas é conhecido desde a
Antiguidade. Os egípcios regavam seus festejos com vinho. O hidromel era bebida
apreciada na Europa Medieval. Até os deuses do Olimpo deliciavam-se com a
ambrosia. No Brasil atual, a associação futebol e cerveja é apenas um de muitos
exemplos da ligação entre festejos e álcool. A aceitação social da ingestão de
bebida alcoólica torna, então, complexa a abordagem desse assunto com a
juventude, que, segundo pesquisa concluída recentemente pela Unifesp, vem
apresentando cada vez maiores índices de embriaguez e em idade mais precoce.
Some-se a isso o fato de que o álcool altera diversas funções mentais e
possibilita que pessoas tímidas e com baixa auto-estima apresentem-se mais
desinibidas e aceitas.No jovem o efeito dessa desinibição parece ter um impacto
mais grave, pois a sensação de potência, de leveza, levam ao que o Dr. Içami
Itiba, renomado psiquiatra, denominou de "onipotência juvenil": na
vigência do uso de álcool, o adolescente ou jovem desconsidera qualquer risco
relacionado à ingestão do álcool e dirige embriagado, pensa que não perderá
o controle, tem relações sexuais sem proteção, ou seja, coloca sua
vida e a de outros em risco. O aumento de jovens mortos ou física e mentalmente
incapacitados em função de acidentes automobilísticos ocorridos durante a
embriaguez do motorista constitui-se em um importante problema de Saúde
Pública. Todavia, no plano individual muitas vezes não se consegue convencer o
jovem a não se embriagar, pois há a pressão do seu grupo social mais próximo,
amigos também adolescentes, no sentido de que todos se embriaguem. Aquele que
se recusa recebe adjetivos negativos: fraco, frouxo, "careta"
etc.Deve-se buscar soluções que envolvam toda a sociedade, para reduzir o
impacto do abuso de álcool pelos jovens. Algumas já vêm sendo realizadas,
como maior fiscalização no trânsito, punições mais severas para quem dirige
embriagado, proibição da venda e de consumo para menores, observação mais
estrita das campanhas publicitárias para que se direcionem menos ao público
mais novo. Porém, ainda há muito a se avançar.
Uma Questão Etílica
Todo jantar o pai entorna uma "loira
gelada" enquanto comerciais da que não desce triangular pipocam na TV
junto com muitas outras. O adolescente já provou e sabe que se quiser mais tem
na geladeira. Ou ali, no bar da esquina.A vontade de conhecer coisas novas e
repetir as boas é natural. Mas qual linha divide o bom do ruim? A linha careta
do governo ou a liberal, apoiada muitas vezes pela mídia e até por amigos e
familiares?Para que o adolescente consiga alcançar um bom posicionamento no
processo de socialização, um dos pontos mais importantes para ele, o álcool
funciona como uma torcida para esse time caído e, às vezes, já com um pé no
pódio. "Usando álcool, eles [...] passam a sentir o que chamo de
'onipotência juvenil', sentem-se e agem como deuses que podem tudo",
afirma o psiquiatra Içami Tiba.Além da socialização, existe também o fator
sociedade. É comum familiares incentivarem adolescentes, e até mesmo crianças,
a provarem álcool, criando a ideia falsa de que essa é uma postura correta.Para
diminuir os 25% dos estudantes de ensino médio e os 14,2% dos de 7ª e 8ª série
que se embriagaram pelo menos uma vez no mês anterior ao da pesquisa feita pela
Unifesp, é preciso muito mais que leis que só existem no papel e folhetinhos do
governo. As campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas não desestimulam o consumo por menores, apenas o tornam mais atrativo com
situações divertidas e mulheres bonitas. E a sociedade precisa enxergar os
futuros adultos que estão sendo criados. Quem quer outro presidente amigão do
etanol?
Álcool: um problema que começa cedo
A bebida alcoólica pertence ao grupo das drogas
lícitas mais vendidas no Brasil, segundo uma pesquisa feita nas escolas de São
Paulo, jovens menores de dezoito anos já se embriagaram ao menos uma vez e esse
índice vem crescendo por alguns motivos como: convívio com a bebida desde cedo
na família, falta de informação sobre as consequências do uso
tão precoce e, além do mais, o fato de adquirir o produto fora da idade permitida
por lei.Desde a infância somos criados em meio a festas em que todos os
familiares fazem uso da bebida alcoólica passando uma imagem divertida e legal
e depois que saímos da infância e entramos na adolescência começamos a fazer o
uso da bebida sem nos dar conta dos malefícios, considerando o
consumo como um ato comum. Além do mais, a falta de informação explícita sobre
as consequências do uso precoce do
álcool são poucas em relação às outras drogas lícitas como o cigarro, não
fazendo disso um assunto totalmente desconhecido pelos jovens, mas que passa
despercebido, sendo algumas consequências como perda de atenção
na escola, raciocínio lento, doenças estomacais, entre outras que prejudicam
seriamente o desenvolvimento físico ou mental do jovem que virá a se
tornar um adulto. Ainda convém lembrar a facilidade com que
alguns jovens adquirem a bebida alcoólica mesmo com a proibição da venda para
menores de dezoito anos, sendo um fato que ocorre por falta de fiscalização e
descumprimento da lei por parte dos estabelecimentos que apenas pensam em
vender.Uma forma de solucionar o problema seria o aumento da fiscalização com
uma lei mais severa e uma conscientização da sociedade em relação aos problemas
que o álcool causa. Portanto, com um processo lento de reeducação dos
nossos conceitos, conseguiríamos resolver não só apenas este problema mais
vários outros que a ele se relacionam como a violência
doméstica e os acidentes de trânsito.
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